Lei do Sossego

Com decreto em vigor, primeira noite de aglomeração na Dom Pedro II é dispersada

Perturbação de sossego vinha sendo problema para moradores do entorno da UCPel e Prefeitura promoveu ação no local

Fotos: Carlos Queiroz - DP - Em poucos minutos, multidão foi dispersada pela Guarda Municipal

Ao longo dos últimos meses, as madrugadas de quarta para quinta-feira vinham sendo problemáticas para os moradores do entorno das ruas Gonçalves Chaves e Dom Pedro II, próximo à UCPel, em Pelotas. Com a primeira semana da Lei do Sossego em vigor, junto ao decreto restringindo a venda e o consumo de bebidas alcoólicas naquela região, a última madrugada de quinta trouxe alívio para os moradores da área, com bares fechando as portas e centenas de jovens se dispersando em poucos minutos.

Conforme o decreto assinado pela prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) que entrou em vigor na última segunda-feira, passou a ser proibida a venda e o consumo de bebidas alcoólicas em vias públicas a partir da meia-noite no quadrilátero formado pelas ruas Félix da Cunha, Almirante Barroso, Tiradentes e Gomes Carneiro. Com validade de 90 dias, o decreto também veda o comércio de bebidas por ambulantes em qualquer horário.

Na quarta-feira, desde o começo da noite dezenas de guardas municipais, brigadianos e agentes de trânsito já atuavam na área, realizando bloqueios e monitorando a situação. A imagem dos bares fechando as portas à meia-noite tranquilizou uma moradora que reclamava do barulho no entorno de sua residência. "Graças a Deus, hoje foi com sucesso essa nova etapa", celebrava.

Apesar da comemoração de moradores, a medida adotada pela Prefeitura não é consenso entre os donos de bares e jovens que se reúnem tradicionalmente no local às quartas-feiras. Um estudante que frequenta a noite da Gonçalves Chaves argumenta que o público universitário é ordeiro e não costuma causar problemas. Segundo ele, o verdadeiro transtorno viria já durante a madrugada, quando carros de som tiram o sono de quem mora na região. "A gente vem pra cá beber de boa, o problema é que vem gente de fora já com a intenção de causar problema", disse.

Já outra estudante considera que as medidas são necessárias diante dos acontecimentos recentes. No último dia 3, um homem de 20 anos foi morto a tiros na Gonçalves Chaves. "Já teve morte, assalto. O pessoal começa a sair de si e a atrapalhar os moradores. Mas acredito também que os universitários têm que ter um lugar para se divertir", ponderou.

Tanto a moradora quanto os jovens citados pela reportagem pediram para não serem identificados.

Juarez Gonczoroski é dono da Empório França, que comercializa bebidas na Dom Pedro II, e estima que, com as restrições, vá passar a vender cerca seis vezes menos do que vendia. Ele considera que realmente é necessário haver um controle maior às quartas-feiras, mas que o decreto é excessivo para os dias que já costumam ter movimento menor. "Na sexta e no sábado não precisava fechar meia-noite porque já é um público completamente diferente. Não tem esse 'embolamento', é o pessoal que fica aqui cada um na sua tribo, tomando sua cervejinha."

Rolê Daora
Aliado à Lei do Sossego, que entrou em vigor na semana passada, e aos decretos que vão impor restrições em lugares de constante perturbação de sossego, como a avenida Bento Gonçalves, a Prefeitura lançou a campanha Rolê Daora. A ideia é que a iniciativa seja um braço de conscientização sobre convivência urbana em espaços que costumam ser foco de problema.

Na noite de quarta, a Prefeitura organizou o lançamento da primeira ação prática da iniciativa com um show do cantor Henry Oppelt. A apresentação, que começou às 18h, durou cerca de uma hora e foi acompanhada por equipes da campanha entregando panfletos às pessoas que já se agrupavam nos bares da região.

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